sexta-feira, 13 de julho de 2018

Art & Soul | Brittainy C. Cherry

Resenha


Personagens principais:
  •        Aria (aka Art) é uma adolescente de 16 anos que devido a um erro de julgamento passou a fazer parte do estereótipo “sixteen and pregnant”. Tem três irmãos e um melhor amigo chamado Simon (aka Four) e é grande apreciadora de arte, sobretudo abstrata;
  •       Levi (aka Soul) é um adolescente que se muda do Alabama, onde vivia com a sua mãe, para o Wisconsin, para viver com o seu pai. Toca violino e adora música. Por detrás de um sorriso constante e de uma atitude sociável e bondosa, esconde graves problemas familiares com os seus pais.


Este livro transporta-nos para o secundário e para os últimos anos da adolescência.

Apresenta-nos Aria, uma jovem que era até ao momento uma boa aluna e que pouco se destacava a nível social na escola. A sua gravidez traz-lhe uma notoriedade escolar de que não precisava e até algum bullyng e, também, desestabiliza a sua família por algum tempo. De uma situação complicada, Aria conseguirá adaptar-se e transformar positivamente a vida dos pais de Simon.

Levi muda-se para o Wisconsin para tentar conhecer melhor o seu pai. Torna-se amigo de Aria a quem revela o seu lado nerd (que tal como afirma Aria não condiz com o seu exterior de rapaz modelo) e por afinidade conhece Simon. Este, com um empurrãozinho de Levi, apaixona-se por Abigail (aka Abigail Esquisita) e, juntos, fazem um casal nerd, amoroso e do mais engraçado possível:

“ – Se você gosta dela, apenas chame-a para sair - disse Levi, mordendo a sua empada de frango.

  – Você acha que eu gosto da Abigail? ABIGAIL? Sim, certo. – Simon riu – Só porque ela é esquisita e meio bonita e acaba por ser uma cozinheira excecional e tem uma covinha na bochecha direita ao lado de uma marca de nascença em forma de coração e, na verdade, cita algumas coisas interessantes às vezes e é engraçada e estranha e, provavelmente, uma grande beijadora porque ela está sempre falando merda sem parar o que me faz quere beijá-la quatro vezes seguidas – não significa que eu GOSTO DELA E QUERO SEUS BISCOITOS! – ele gritou.

Levi e eu sentamos em silêncio enquanto olhávamos com os olhos arregalados para Simon, que tinha acabado de fazer o monólogo mais estranho e confuso já feito na humanidade. Nossos olhos moveram para a Abigail, que havia retornado e estava roxa, congelada no lugar e segurando dois pacotes de biscoitos.”


Ao longo desta estória podemos, então, conhecer Aria e Levi (que narram os capítulos alternadamente) e as suas famílias. Conhecemos também Simon e Abigail e um pouco das suas dinâmicas familiares.

Este é um livro que nos apresenta o surgir dos primeiros grandes amores; do quebrar de preconceitos escolares e da compreensão de que os nossos pais tentam fazer o melhor por nós, mesmo que muitas vezes não o compreendamos.

Confesso que chorei um pouco, ok vou admitir, chorei muito, pois ao conhecermos estas personagens e as suas famílias também vamos conhecer os seus problemas, tal como a gravidez na adolescência, o transtorno obsessivo compulsivo, a infertilidade, o lidar com um cancro e o perspetivar da morte…

É um livro que na minha modesta opinião, quebra preconceitos e traz ao de cima emoções fortes, que nos fazem rir e chorar. Por esta razão, considero-o um livro bem escrito, também porque não encara a adolescência de uma forma boba e pouco profunda.

Ah! Já me esquecia de dizer que além de nos transmitir o amor pela música e pela arte, de nos ensinar que o oposto do real não é o abstrato mas sim o falso, também nos faz aprender algumas novas palavras, sendo a mais importante delas: "oxímoro" (como, por exemplo, um arco-íris cinzento ou uma novidade velha). Além desta palavra, deixem que vos diga que não sabia que haviam tantas citações interessantes de Marco Aurélio. Abigail diz para nos informarmos e usarmos o Google.




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